segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Kenny Wayne Shepherd Band – The Traveler [2019]

Por Daniel Benedetti
The Traveler é o nono álbum de estúdio do artista norte-americano Kenny Wayne Shepherd. O álbum foi lançado em 31 de maio deste ano, através do selo Provogue Records, com a produção por conta de Marshall Altman e do próprio Kenny Wayne Shepherd.
O novo lançamento da Kenny Wayne Shepherd Band adotou um excelente nome de batismo, pois The Traveler realmente leva o ouvinte a uma viagem pela música do sul dos Estados Unidos. Kenny é conhecido por expandir o blues tradicional ao incluir elementos e melodias mais modernas e o novo disco continua essa evolução, trazendo muitos elementos do rock, do country e do soul.
“Woman Like You” abre o disco com um riff muito bom, com vocais excelentes de Noah Hunt, e Shepherd destroçando nos solos de guitarra. “Long Time Running” é mais Rock ‘n’ Roll, variando em passagens mais ou menos velozes, um bom refrão e outro solo muito bom de Kenny. “I Want You” possui uma sonoridade mais padrão bluesy, ecoando como o lendário Stevie Ray Vaughan – além de metais muito presentes.
Shepherd em ação!
“Tailwind” é uma bela canção, com muitos ares de Southern Rock e vibração Country, tornando-a uma composição sensível. Shepherd retorna aos vocais na melancólica “Gravity” enquanto ele e Noah se revezam ao cantar em “We All Alright”, uma música ainda mais Country, mesmo sem abandonar o Rock. A boa “Take It On Home” é bastante acessível, trazendo Kenny fazendo vocais muito bons!
Os metais estão novamente em evidência na saborosa versão para “Mr. Soul”, do Buffalo Springfield. A guitarra de Shepherd é ainda mais protagonista na divertida “Better With Time”, com pequenos solos que ‘cortam’ a faixa. Encerra o álbum outro cover, desta feita para “Turn to Stone”, de Joe Walsh, um Hard Blues Rock incrível, com doses exatas de peso e de melodia.
O disco atingiu o topo da parada de Blues da Billboard, ficando com 103ª posição da principal parada norte-americana e com a 94ª colocação na correspondente britânica.
The Traveler é um trabalho muito bom, que tem o Rock (e o Blues) como base, mas que navega por diferentes influências, tornando-o criativo e de muito fácil audição. Tudo é feito com muito bom gosto e doses generosas de capricho. Em suma, um álbum muito bem recomendado.
Formação
Kenny Wayne Shepherd Band:
Kenny Wayne Shepherd – Guitarra, Vocal,
Noah Hunt – Vocal
Chris Layton – Bateria
Kevin McCormick – Baixo
Jimmy McGorman – Teclado
Joe Krown – Teclados
Músicos Adicionais:
Marshall Altman – Percussão
Joe Sublett – Saxofone
Mark Pender – Trompete
Faixas
  1. Woman Like You
  2. Long Time Running
  3. I Want You
  4. Tailwind
  5. Gravity
  6. We All Alright
  7. Take It On Home
  8. Mr. Soul
  9. Better With Time
  10. Turn To Stone
Kenny Wayne Shepherd

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

The Fallen State - A Deadset Endeavour [2019]

Por Daniel Benedetti
The Fallen State é uma banda britânica de rock, oriunda de Barnstaple, em Devon. Sendo efetiva no cenário musical de Devon, a banda surgiu sob o nome de The Fallen State em 2013, após o rompimento dos conjuntos locais Tequila Rockingbird e Load, Click, Shoot.
A atual formação é composta por Ben Stenning (vocal), Jon Price (guitarra-solo), Dan Oke (guitarra-base), Greg Butler (baixo) e Rich Walker (bateria).
A The Fallen State havia lançado cinco EPs até o momento: The Fallen State (2014), Two (2014), Three (2014), Crown Your Shadows (2016) e The View From Ruin (2017). Agora, o grupo apresenta A Deadset Endeavour, seu álbum de estreia, gravado pela Red City Recordings e produzido por David Radahd-Jones, lançado em abril de 2019.
“Statements” abre o álbum com uma melodia suave, mas que vai ganhando peso com seu desenrolar, especialmente no refrão. “For My Sorrow” tem na seção rítmica seu ponto forte, seja pela bateria Rich Walker, seja pelo baixo pulsante de Greg Butler, além de um refrão ‘pegajoso’ – no melhor sentido. Os guitarristas Dan Oke e Jon Price comandam a interessante “American Made”, com riffs poderosos, em uma faixa que intercala momentos mais e menos velozes, mas todos certamente intensos.
“Paradox” faz jus ao seu nome, envolvendo o ouvinte em um mix de suavidade e fúria, contando com riffs mais elaborados. “Torn” é uma canção mais pesada, com as guitarras afiadas e bem intensas, uma verdadeira porrada. A bateria sólida de Walker dita o ritmo da emocional “Can’t Fight the Feeling”, a qual se demonstra através de vocais angustiantes de Ben Stenning. “Open Wound” é mais melódica, embora também intensa, e um refrão AOR a torna ainda mais acessível.
Os ótimos riffs de guitarra se encontram perfeitamente com o baixo ressonante de Butler na poderosa “Attitude”, um Hard vigoroso de refrão ‘meloso’. “Lovers & Psychos” segue com a pegada AOR em flerte com a modernidade. “Fragments” encerra o disco com uma balada bem cadenciada, de refrão forte e ótimos vocais de Stenning.
Embora não seja um trabalho conceitual, há um tema forte percorrendo este álbum, sobre tentar construí-lo dentro da indústria da música, e, de uma perspectiva pessoal e emocional, isto seria um “esforço sem saída” (ou seja, A Deadset Endeavour).
A Deadset Endeavour é um álbum de Rock, contando com boas doses de peso, mas sem abrir mão da melodia e de toques de modernidade. Uma estreia promissora para o The Fallen State.
The Fallen State:
Ben Stenning – Vocal
Jon Price – Guitarra-solo
Dan Oke – Guitarra-base
Greg Butler – Baixo
Rich Walker – Bateria
Faixas:
  1. Statements
  2. For My Sorrow
  3. American Made
  4. Paradox
  5. Torn
  6. Can’t Fight The Feeling
  7. Open Wound
  8. Attitude
  9. Lovers & Psychos
  10. Fragments

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Frank Carter & The Rattlesnakes - End of Suffering [2019]

Por Daniel Benedetti
Frank Carter & The Rattlesnakes é uma banda inglesa de rock, formada em 2015, pelo ex-vocalista do Gallows e do Pure Love, Frank Carter.
O grupo lançou um EP, em maio de 2015, chamado Rotten, e seu álbum de estreia Blossom, em agosto daquele mesmo ano. O segundo álbum de estúdio, intitulado Modern Ruin, seria lançado em janeiro de 2017. Tanto Blossom quanto Modern Ruin tiveram bons impactos em termos da principal parada britânica de discos.
O terceiro álbum de estúdio do conjunto, denominado End of Suffering, foi lançado em 3 de maio de 2019, pelo selo International Death Cult e com produção de Cam Blackwood.
O disco é aberto com “Why a Butterfly Can’t Love a Spider”, um rock cadenciado e atmosférico e que conta com ótimos vocais de Carter. A pesada “Tyrant Lizard King” possui uma pegada mais alternativa, com suas possibilidades ainda aumentadas pela participação especial do ótimo guitarrista Tom Morello. “Heartbreaker” tem a seção rítmica flertando com o punk rock em diferentes momentos e um refrão bem pegajoso, no melhor sentido do termo. O baixo, de Tom ‘Tank’ Barclay, é o elemento mais distintivo em “Crowbar”, sendo responsável pelo bem-vindo groove da composição.
A guitarra de Dean Richardson está mais pesada e mais distorcida em “Love Games” e os vocais de Carter se encaixam muito bem com a sonoridade mais cadenciada da canção. “Anxiety” é mais calma e contemplativa, demonstrando uma melodia mais simples, mesmo assim, envolvente. “Angel Wings” se apresenta com vocais mais sutis de Carter, quase como uma declamação, mas, simultaneamente, com um aspecto sombrio. Esta característica soturna continua muito significativa no início de “Supervillain”, mas que se deságua em um rock simples.
“Latex Dreams” possui uma batida curiosa e a guitarra de Richardson mais afiada, fato que a torna mais interessante. Já em “Kitty Sucker”, a influência Punk Rock é bem mais explícita. Há um ar modernoso, embora criativo, em “Little Devil”, com a guitarra caprichando na distorção, especialmente no refrão. Para encerrar o trabalho, a faixa-título, “End of Suffering”, uma música de atmosfera melancólica, com um piano triste e abafado, além das vozes da filha de Carter.
Liricamente, embora não seja conceitual, muitas das canções possuem uma temática existencial, mais com perguntas que respostas, especialmente em faixas como “Love Games”, “Anxiety” e “End of Suffering”.
O disco End of Suffering atingiu a ótima 4ª posição da principal parada britânica desta natureza. Fãs dos trabalhos anteriores de Carter não devem ouvi-lo procurando a sonoridade do Gallows, a pegada aqui é outra: mais voltada ao alternativo, ainda que também no Rock. No entanto, é um álbum denso, mas com uma inegável atmosfera de iluminação.
Formação:
Frank Carter & the Ratllesnakes
Frank Carter – vocal
Dean Richardson – guitarras
Tom ‘Tank’ Barclay – baixo
Gareth Grover – bateria
Músico Convidado:
Tom Morello – guitarra em “Tyrant Lizard King”
Faixas:
  1. Why a Butterfly Can’t Love a Spider
  2. Tyrant Lizard King
  3. Heartbreaker
  4. Crowbar
  5. Love Games
  6. Anxiety
  7. Angel Wings
  8. Supervillain
  9. Latex Dreams
  10. Kitty Sucker
  11. Little Devil
  12. End of Suffering