segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

CRASHDÏET – RUST [2019]

Por Daniel Benedetti
A banda sueca Crashdïet fez seu nome no que chamam de ‘sleaze metal’. Pense na sujeira do Hair Metal, oriundo dos anos 80, tingida com guitarras sujas e uma pitada de influência do chamado Sludge Metal. Vindos de Estocolmo, na Suécia, os caras do Crashdïet estão na ativa desde o início dos anos 2000. A banda é atualmente composta por Martin Sweet (guitarra), Peter London (baixo), Eric Young (bateria) e Gabriel Keyes (vocal), este último, fazendo sua estreia no conjunto.
O grupo lançou seu quinto álbum de estúdio, Rust, em 13 de setembro de 2019, através da Frontiers Records e com produção do próprio guitarrista Martin Sweet. Rust é o primeiro trabalho de estúdio do grupo desde The Savage Playground, de 2013, ainda com o vocalista Simon Cruz (que deixou a banda em 2015). A faixa-título, “Rust”, abre o disco com guitarras bem pesadas e muita intensidade, contando com bons vocais de Keyes. “Into the Wild” bebe nas ricas fontes do Metal oitentista e é uma verdadeira ‘porrada’, com a guitarra de Sweet sendo a protagonista. Em “Idiots”, o grupo convida o ouvinte a explorar o mundo ao nosso redor através de uma lente diferente e a criticar a consciência não apenas de nossa sociedade, mas de nós mesmos. “In The Maze” é uma balada competente e que foi escolhida como primeiro single do disco.
O Hard vigoroso está de volta em “We Are The Legion”, uma faixa com o refrão contagiante e um ritmo bem legal. “Crazy” continua com a mesma pegada, mas vai direto ao ponto, sem muita firula, apesar do refrão de gosto discutível. “Parasite” é um verdadeiro petardo, uma canção de grande potencial, com o espírito do Mötley Crüe, mas muito mais pesada. Apesar da tentativa de soar dramática e melancólica, “Waiting For Your Love” é outra balada, mas dispensável. Fortíssima candidata a melhor faixa do trabalho, “Reptile” possui o melhor riff de guitarra de Rust, flertando até mesmo com o Thrash Metal. “Stop Weirding Me Out” conta com um estilo que lembra o do Poison, mas com mais vigor e mais intensidade. Encerra o álbum a interessante “Filth & Flowers”, a qual mantém o pique elevado.
O Crashdïet obviamente não está reinventando a roda com seus empréstimos estilísticos da essência clássica do metal dos anos 80 que todos conhecem, mas a energia e o esforço que a banda coloca nele é o que faz seu diferencial. Desta forma, a pegada Glam Metal é incrementada com uma roupagem mais moderna, incorporando doses cavalares de peso e boa criatividade. Enfim, um bom disco, recomendado para fãs deste estilo.
Track list
1. Rust
2. Into The Wild
3. Idiots
4. In The Maze
5. We Are The Legion
6. Crazy
7. Parasite
8. Waiting For Your Love
9. Reptile
10. Stop Weirding Me Out
11. Filth & Flowers

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

TEXAS HIPPIE COALITION - HIGH IN THE SADDLE [2019]

Por Daniel Benedetti
Foi no ano de 2004 que, ao lado de John Exall, James Richard Anderson (mais conhecido como “Big Dad Ritch”) fundou a banda Texas Hippie Coalition, em Denison, Estado norte-americano do Texas.
Tendo como influências bandas do calibre de Molly Hatchet, Pantera e ZZ Top, Big Dad Ritch e o Texas Hippie Coalition se tornaram os fundadores de um (sub) gênero conhecido como ‘red dirt metal’.
Um parêntese: Red Dirt é um gênero musical que recebe esse nome por conta da cor do solo encontrado em Oklahoma. Stillwater, em Oklahoma, é considerado o centro da música de terra vermelha (Red Dirt), e muitos artistas começaram suas carreiras em bares ao redor da Universidade Estadual de Oklahoma; mas o gênero também se estende à música feita ao sul do Rio Vermelho (Red River), no Texas.
Waylon Jennings e Willie Nelson, lendas da música Country, foram associados ao distintivo Texas Sound, enquanto o falecido cantor e compositor de Oklahoma, Bob Childers, é amplamente reconhecido como o pai da música de Oklahoma: Red Dirt. Se por um bom tempo a distinção entre os dois gêneros sonoros era óbvia, por volta de 2008 essa lacuna havia severamente diminuído.
Retornando ao ponto, em pouco mais de 15 anos e diversas mudanças de formação, a Texas Hippie Coalition lançou cinco álbuns de estúdio: Pride of Texas (2008), Rollin’ (2010), Peacemaker (2012), Ride On (2014) e Dark Side of Black (2016), este último, atingiu a 2ª posição da parada ‘Top Heatseekers’ da Billboard.
High in the Saddle, sexto álbum da Texas Hippie Coalition, foi lançado em 31 de maio de 2019 e é o primeiro pelo selo Entertainment One. Bob Marlette (Ozzy Osbourne e Rob Zombie, entre outros) foi escolhido como produtor.
O álbum é aberto com “Moonshine”, uma faixa forte e baseada em um riff afiado e com a dose certa de peso. “Dirty Finger” põe mais poder na sonoridade, sendo um Hard Rock vigoroso, de refrão inspirado e ótimos vocais de Big Dad Ritch. A introdução de “Bring It Baby” pode até enganar o ouvinte, mas ele logo é colocado no meio de uma música pesada e intensa, especialmente nos refrãos.
“Ride Or Die” coloca brutalmente os pés no freio, sendo uma balada competente – no estilo daquelas que Zakk Wylde costuma fazer. O ótimo riff de “Tongue Like a Devil” tem aquele toque de Southern Rock, bem malicioso, mas sem abrir mão do peso. “Why Aren’t You Listening” é mais lenta e mais cadenciada, embora continue pesada e com ares de modernidade. “Stevie Nicks” é praticamente um ‘Blues Metal’ que presta homenagem à lenda do Fleetwood Mac.
“BullsEye” carrega ainda mais na influência Country, caprichando nas melodias e nos vocais de Big Dad Ritch. Muito groove e muito peso fazem de “Tell It from the Ground” uma verdadeira ‘porrada’, com a bateria bem proeminente e claras influências de Pantera. “Blue Lights On” encerra o disco com um tiro certeiro de Hard Rock, lembrando os bons momentos do Mötley Crüe.
Em suma, divertido é uma boa palavra para definir High in the Saddle. Sua sonoridade oscila em fortes influências de Southern Rock, toques melodiosos de Country e boas doses de um groove Hard/Heavy, os quais oferecem um ar de modernidade em uma musicalidade tradicional. “Moonshine”, “Why Aren’t You Listening”, “Stevie Nicks” e “Tell It from the Ground” são ótimas canções e já valem uma ouvida neste novo trabalho da  Texas Hippie Coalition.
Formação:
Big Dad Ritch – Vocal
Cord Pool – Guitarra
Nevada Romo – Guitarra
Larado Romo – Baixo
Devon Carothers – Bateria
Faixas:
1. Moonshine
2. Dirty Finger
3. Bring It Baby
4. Ride Or Die
5. Tongue Like A Devil
6. Why Aren’t You Listening
7. Stevie Nicks
8. BullsEye
9. Tell It From The Ground
10. Blue Lights On

HOLLOWSTAR - HOLLOWSTAR [2019]

Por Daniel Benedetti
A Hollowstar é uma banda britânica que foi formada em 2015, na cidade mercantil de St. Ives, pelo vocalista/baixista Joe Bonson, seu irmão Jack Bonson na bateria e pelos guitarristas Phil Haines e Tom Collett.
A Hollowstar passou seus primeiros anos em turnê, até mesmo em busca por aperfeiçoar seus talentos. Em 2017, ela lançou um EP chamado Some Things Matter que fez algum barulho, chamando a atenção para o grupo.
Os singles “All I Gotta Say” e “Let You Down” foram lançados em 2018 e tiveram destaque – especialmente na BBC Radio 2 – permitindo que o grupo excursionasse com a Graham Bonnet Band, do ex-vocalista do Rainbow e do Alcatrazz.
Em 3 de maio de 2019, a banda lançou seu álbum de estreia, Hollowstar. O disco foi produzido por Dan Lambert, no Valhalla Studios, no Reino Unido, masterizado por Peter Maher e é o resultado de quatro anos de trabalho incansável – turnê, composição e refinamento.
“Take it All” abre o disco com peso, intensidade e vocais típicos do baixista/vocalista Joe Bonson, além de um bom solo de guitarra em seu final. “Let You Down” é mais cadenciada, mas possui como destaque as guitarras gêmeas e a boa presença da seção rítmica formada pelos irmãos Bonson. “Invincible” segue a mesma pegada, mas flertando com uma sonoridade mais acessível, especialmente no refrão.
“Think of Me” põe o pé no freio, apostando mais na cadência e na força das guitarras, com a bateria de Jack Bonson fazendo a diferença. “Money” é um Hard Rock de riff inicial zeppeliniano e trabalho intenso das guitarras – e ótimos vocais de Joe. “All I Gotta Say” é uma porrada, com refrão pegajoso, baixo bem presente e o peso na dose exata – bem possivelmente a melhor faixa do disco. Já em “Good Man Gone”, a bateria de Jack volta a ser o ponto alto, por conta da agressividade.
O riff brutal de “Overrated” é marcante e traz mais uma música com pegada Hard Rock bem efervescente. A ótima “Down by the Water” bebe em fontes de bandas como o Soundgarden, aliando peso e melodia com categoria. “Sinner” encerra o álbum com uma pegada mais tradicional, um Hard Blues Rock, sem perder a criatividade, contando com vocais inspirados de Joe.
Promissora. Esta é a palavra que pode ser usada para definir a estreia da Hollowstar. A sonoridade mescla o tradicional Hard Rock, com inegável roupagem Bluesy, mas com sinceros ares de modernidade, contando, também, com a inquestionável influência alternativa de sua musicalidade.
Será um exercício curioso acompanhar a evolução do grupo.
Formação:
Joe Bonson – Vocal, Baixo
Phil Haines – Guitarra
Tom Collett – Guitarra
Jack Bonson – Bateria
Faixas:
  1. Take It All
  2. Let You Down
  3. Invincible
  4. Think Of Me
  5. Money
  6. All I Gotta Say
  7. Good Man Gone
  8. Overrated
  9. Down By The Water
  10. Sinner