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IDLE HANDS - MANA [2019]

Por Daniel Benedetti
O Idle Hands é uma banda norte-americana da cidade de Portland, formada em 2017 pelo ex-baixista do grupo Spellcaster, Gabriel Franco, mas que agora assume os vocais e as composições neste novo projeto. Em 2018, o conjunto lançou em EP de estreia, Don’t Waste Your Time, e, neste momento, em 10 de maio de 2019, através do selo Eisenwald, traz seu álbum de estreia, Mana.
O disco foi gravado no Sharkbite Studios, em Oakland, Califórnia, e no Falcon Studios, em Portland, Oregon (ambas nos Estados Unidos), entre novembro de 2018 e janeiro de 2019. A produção ficou a cargo do próprio Gabriel Franco, do guitarrista Sebastian Silva e do engenheiro de som, Gabe Johnson. Mana se divide em 11 canções, com uma duração total de pouco mais de 40 minutos, em uma audição fácil e prazerosa.
“Nightfall” é uma faixa pesada, com refrão pegajoso, mas oscila entre momentos de rapidez e lentidão. Há uma aura do Blue Öyster Cult nesta canção. “Jackie” é mais melodiosa, com um refrão cativante, em uma linha tênue entre o Rock e o Pop, mas construída com sabedoria. “Cosmic Overdrive” segue com a mistura de peso e melodia, de modo muito criativo e um bom trabalho da guitarra. “Don’t Waste Your Time” é mais calma e lenta, apostando em uma linda e sombria melodia e o solo de guitarra é muito legal.
“Give Me to the Night” flerta com o Power Metal, em uma música direta e com andamento muito veloz. Em “Blade and the Will” o grupo volta a se dedicar a um rock simples e com a dose certa de peso, com a guitarra de Sebastian Silva brilhando. “Dragon, Why Do You Cry” continua alternando passagens leves e pesadas, mas sempre repletas de melodias cativantes, com os vocais se casando perfeitamente com a intensidade exigida. “Double Negative” flerta mais com o Metal, contando com uma musicalidade mais agressiva, mas nada que beire forçado.  “It’ll Be Over Before You Know It” possui uma sonoridade melancólica e bem contida, sendo a faixa mais sombria do álbum. “A Single Solemn Rose” também é mais suave e cativante, com um refrão que contagia, quase como um AOR. “Mana” segue a sonoridade da música que antecede, em um rock mais leve e aprazível.
A banda, com o baixista Brandon Hill, o qual não toca no álbum
Em linhas gerais, embora Mana não invente a roda (e nem tenta), é um álbum bem criativo e variado. Sua estrutura em faixas mais curtas (variando entre 3 e 4 minutos), revelam uma banda que vai direto ao ponto e se preocupa com a qualidade das melodias. As preferidas são “Jackie”, “Don’t Waste Your Time” e “It’ll Be Over Before You Know It”. E nesta estrutura oscilando em peso/leveza/velocidade, Mana possui uma musicalidade que lembra demais o Blue Öyster Cult, ou seja, o Metal é presente, mas sonoridades mais tradicionais estão por toda parte. As letras refletem temas como existencialismo, religião e o contraponto entre luz e trevas.
Para não dizer que tudo são flores, embora os vocais de Gabriel Franco tenham agradado muito, em quase todas as canções ele “solta” uns urros do nada que não fazem o menor sentido. E as 2 faixas finais de Mana estão em um degrau abaixo das demais. Mesmo assim, a estreia do Idle Hands já é um destaque entre novos trabalhos que serão ouvidos neste ano.
Formação:
Colin Vranizan – Bateria
Sebastian Silva – Guitarra-solo
Gabriel Franco – Vocal, Guitarra, Baixo
Tracklist:
1. Nightfall
2. Jackie
3. Cosmic Overdrive
4. Don’t Waste Your Time
5. Give Me to the Night
6. Blade and the Will
7. Dragon, Why Do You Cry
8. Double Negative
9. It’ll Be Over Before You Know It
10. A Single Solemn Rose
11. Mana

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