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Direto do Forno: Opeth – In Cauda Venenum [2019]

Por Daniel Benedetti
Produzido por Stefan Boman e lançado pela Nuclear Blast, In Cauda Venenum é o décimo terceiro álbum de estúdio da banda sueca Opeth. Seu lançamento oficial aconteceu em 27 de setembro de 2019.
O disco foi gravado entre novembro de 2018 e janeiro de 2019, no Studio Park Studios, em Estocolmo, na Suécia, e é o primeiro trabalho de estúdio do grupo desde Sorceress, lançado em 2016. O novo álbum foi composto inteiramente pelo líder da banda, Mikael Åkerfeldt, e possui 10 músicas.
“Garden of Earthly Delights” é apenas uma introdução para o trabalho, fornecendo a atmosfera ideal para o que vai ser desenvolvido depois. “Dignity” mescla passagens suaves com outras bem furiosas, mas entrelaçadas por melodias cativantes. Com um frenético trabalho do baterista Martin Axenrot, “Heart in Hand” é uma das faixas mais pesadas do trabalho, com as guitarras em profusão, em uma áurea Rock muito intensa e de final ameno. A riqueza melódica de “Next of Kin” está na imprevisibilidade de seus caminhos, seja quando abraça o Metal, ou no momento em que soa suave e límpida.
A leveza e, ao mesmo tempo, profundidade sentimental de “Lovelorn Crime” impressiona, sendo carregada por vocais realmente brilhantes de Mikael Åkerfeldt. “Charlatan” até começa bem pesada, mas se deságua em um prog muito criativo, com destaques para o tecladista Joakim Svalberg e para o baterista Axenrot, em uma música imprevisível. Outra canção memorável é “Universal Truth”, unindo uma vibe Psicodélica, orquestrações e passagens mais intensas (e metálicas).
“The Garroter” é minha faixa favorita do disco, pois bebe na riquíssima fonte do Jazz, tornando-se viciantemente inconstante e, ao mesmo tempo, totalmente envolvente – fantástica! “Continuum” segue um pouco da energia de sua antecedente, mas mais voltada ao Rock, em uma performance assombrosa da seção rítmica – no melhor sentido. O disco é encerrado com “All Things Will Pass”, uma composição profundamente sensível, mesmo em seus momentos mais agressivos.
In Cauda Venenum já fez barulho em termos de paradas de sucesso, conquistando os 13º e 59º lugares das principais paradas, respectivamente, a britânica e a norte-americana. O álbum foi lançado em duas versões, uma em inglês e outra em sueco, com as mesmas faixas, variando somente na língua das letras.
Concluindo, In Cauda Venenum continua o caminho pelo qual o conjunto optou em Heritage (de 2011), ou seja, apostando no riquíssimo Rock Progressivo setentista e deixando para o passado seus anos de Death Metal. Deste modo, o mais novo álbum do grupo é uma evolução natural da ‘nova’ sonoridade da banda.
Não que o passado metálico do Opeth não esteja aqui: continuamente ele dá as caras nas composições, mas, agora, muito mais como um elemento constitutivo das músicas que como o estilo proposto. Por conseguinte, a aposta da banda fica clara na riqueza das melodias, na dinâmica das composições, na constante quebra de ritmos e na imprevisibilidade dos caminhos de suas músicas.
E é neste contexto que In Cauda Venenum se torna um forte concorrente a disco do ano!
Formação:
Mikael Åkerfeldt – Vocal e Guitarras
Fredrik Åkesson – Guitarras
Martin Axenrot – Bateria e Percussão
Martín Méndez – Baixo
Joakim Svalberg – Teclados
Faixas:
  1. Garden of Earthly Delights
  2. Dignity
  3. Heart in Hand
  4. Next of Kin
  5. Lovelorn Crime
  6. Charlatan
  7. Universal Truth
  8. The Garroter
  9. Continuum
  10. All Things Will Pass

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